Em Tudo Nela Brilha e Queima, Ryane Leão entrega uma poesia visceral, que celebra a resistência e a vulnerabilidade de mulheres negras. Cada poema é um fragmento de histórias de amor, dor, ancestralidade e luta.
Sem enredo linear, o livro é uma espiral de emoções que conecta o íntimo ao coletivo, costurando vivências de racismo, saudade e força. Com palavras diretas e emocionantes, Ryane escreve para quem nunca se viu representado, especialmente mulheres negras, oferecendo acolhimento e incentivo para resistir.
É um grito de resistência, um manifesto de beleza e luta, que transforma quem lê, iluminando as cicatrizes com a luz da poesia.
"minha solidão é política
não é só porque sou mulher
é porque sou mulher preta"
Assim como no trecho acima, no poema "Minha solidão é política", Ryane Leão expõe a invisibilidade imposta às mulheres negras. Ela transforma a solidão em uma questão coletiva, denunciando como racismo e machismo moldam essas experiências.
Ao afirmar que sua solidão não é apenas por ser mulher, mas por ser "mulher preta", Ryane destaca a interseccionalidade de sua vivência e reivindica espaço no feminismo. O poema é um grito de resistência e uma denúncia de sistemas opressores, mostrando que o pessoal também é político.